sexta-feira, 29 de outubro de 2010

INICIAÇÃO ESPORTIVA: PAIS E PROFESSORES AJUDAM OU ATRAPALHAM?

No país há indícios de ser crescente o número de crianças com idade entre 7 e 12 anos que optam pela prática do futsal (MUTTI, 1994), modalidade oferecida pela maioria dos clubes, colégios, associações e organizações congêneres (SANTANA, 1996). A iniciação pode acontecer até mesmo antes, aos 5 e 6 anos de idade. Esse fenômeno acontece no mundo todo, onde é cada vez maior o volume de crianças nas mais tenras idades participando de programas de movimento orientado e esporte organizado (OLIVEIRA, 1993 apud SANTANA, 1998).
 Um dos assuntos mais discutidos em se tratando de iniciaçao no futsal e me fez redigir esse texto foi a interferência de pais e professores para a iniciação de crianças neste esporte.
Sabemos sim da importância que os dois (pais e professores) representam para as crianças, mas ultimamente cada um deles traz mais malefícios do que benefícios.
Os pais que acompanham seus filhos em treinos e campeonatos exercem uma cobrança muito grande com o objetivo de torná-los grandes jogadores, pressionando-os psicologicamente em busca de resultados e desempenho.
Já em relação aos professores podemos destacar vários fatores como: preocupação com resultados em curto prazo, aperfeiçoamento da performance individual, aplicação de métodos de treinamento analíticos, especializados e racionalizados (treinamentos em que se colocam crianças em filas para realizar um fundamento), seleção de atletas, divisão entre titulares e reservas, cobranças.
Com isso podemos analisar e compreender que essa bagagem de situações pelas quais a criança passa, trará a ela um presente fecundo e um futuro promissor?
Segundo o Professor Doutor Wilton Carlos Santana em seu artigo “Uma proposta de subsídios pedagógicos para o futsal na infância” relata bem o que devemos compreender em relação a importância da performance na iniciação esportiva:
JORDIN e CHUDINOV apud FILIN e VOLKOV (1998) constataram que 55% dos campeões e participantes de vinte Jogos Olímpicos (1896 a 1984) tinham mais de 25 anos, e que 59% dos campeões tinham idade entre 25 e 35 anos, mostrando ser estreita a relação entre resultados expressivos e idades maduras. CINAGAWA (1993), deixa um registro muito interessante ao demonstrar que dos 7 aos 12 anos (período em que muitas crianças iniciam no futsal), a criança está bem longe de atingir seu ápice esportivo, com apenas 40% aos 7 anos e 60% aos 12 anos, apresentando ainda apenas de 10 a 20% do seu desenvolvimento técnico total, e de 40 a 60% de seu desenvolvimento mental. Somente dos 25 aos 27 anos poderá atingir o seu ápice esportivo, com 100% de seu desenvolvimento técnico e mental.”
Assim podemos compreender que especializar uma criança não é correto. Professores devem traçar junto aos pais objetivos e métodos a serem trabalhados em seus treinamentos. Segundo Santana (1998), os professores devem traçar alguns objetivos para iniciação de futsal como: estimular a criança sempre com atividades lúdicas, formação motora geral, aprendizagem de fundamentos, formação intelectual, moral e esportiva, ênfase no jogar, realizando a inclusão de todos os alunos, orientando e criando situações no jogo em que as crianças possam pensar e tomar decisões.
Feito isso, podemos esperar de nossas crianças um futuro promissor tanto no esporte como na vida, pois a gama de experiências proporcionada nessa idade pode torná-las capacitadas em qualquer área esportiva e com a certeza de que serão capacitadas em tudo aquilo que farão.
Portanto entendo que é muito triste num país de cultura futebolística acreditar que somente alguns nascem com o chamado “dom” para jogar futebol. Penso que o futuro da criança no futsal ou futebol está diretamente relacionado com as ações metodológicas e pedagógicas do professor e a relação delas com os pais.


Bibliografia:
Uma proposta de subsídios pedagógicos para o futsal na infância. SANTANA, Wilton Carlos de. Revista Unopar Científica, Londrina, v. 2, n. 1, p. 69-85, dez. 1998.
MUTTI, Daniel. FUTSAL - Futebol de Salão - Artes e Segredos. São Paulo: Hemus, 1994.
SANTANA, Wilton Carlos de. Futsal: metodologia da participação. Londrina: Lido, 1996.

Denilson mazoni
Professor treinador de esportes em Monte Castelo
Especialista em Futsal – Unopar (PR)
 

domingo, 24 de outubro de 2010

Futsal - Somente o técnico PC pode parar a Espanha.


           Olá amigos do blog, nesta manhã de domingo acompanhamos  um dos jogos de maior rivalidade do esporte Mundial. Brasil e Espanha no futsal  equivale a um Brasil e Itália ou Brasil e Alemanha no Futebol.  As duas maiores forças fizeram um excelente  jogo e prevaleceu a força de marcação e disciplina tática do time espanhol.
           A minha indignação vai com  CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL – CBFS que depois do título mundial conquistado pelo Brasil em 2008 acabou demitindo o técnico PC de oliveira.
O atual técnico Marcos Sorato optou por uma renovação em sua seleção. Teoricamente certo, principalmente porque o Brasil Joga o Mundial em 2012, mas com um certo problema. Hoje para quem não acompanha Futsal imaginou que ocorreu uma zebra em quadra. Mas bem longe disso há muito tempo à Espanha vem sendo a melhor equipe de futsal. Uma equipe disciplinada taticamente que cria diversas oportunidades e marca como ninguém. Diferentemente da equipe treinada pelo Sorato que criou pouco e deixou espaços em sua marcação. Vencer a Fúria hoje no futsal não e fácil, somente treinadores com PC de Oliveira que montam suas equipes com uma disciplina tática incrível podem conseguir isso.  É só ver o trabalho dele  na liga futsal 2011 onde pegou um time do  Corinthians   que em 2009 ficou nas ultimas posições e hoje disputa a semi-final dessa competição com favorito.
          A minha esperança agora que a CBFS contrate um treinador a altura do PC de oliveira, pois o Sorato conhecido como Pipoca é bom treinador, mas não pode ficar submisso da confederação. A seleção de futsal tem que ter um treinador com autonomia própria para dirigir e comandar  uma equipe vencedora.
E vc amigo do nosso blog o que achou da vitória da Espanha e realmente o Pc de oliveria faz falta para seleção?

Esporte Educacional em Monte Castelo


            Neste mês de Setembro tive o prazer de iniciar um trabalho de esporte educacional juntamente com a Prefeitura Municipal de Monte Castelo, projeto esse que no qual se ensina esporte e pratica educação.
            Projetos assim voltados para a educação principalmente quando relacionados com esportes tem uma valor social muito grande.  
Muitas vezes mal compreendido, esse projeto não visa treinos intensivos, seleção de melhores, resultados e nem mesmos recordes e premiações.  Por meio de uma pedagogia educacional esportiva bem pensada e praticada podemos além de ensinar esporte criar situações em que a criança retraída verbalize, a egocêntrica coopere, a violenta acolha, a fragilizada se fortaleça, anônimo seja reconhecido, o heterônomo desenvolva autonomia, o mal educado desenvolva polidez e que o precipitado reflita.
Difícil compreender que no meio das praticas esportivas podemos alcançar nos alunos atitudes como cooperação, dialogo e generosidade. O efeito social que isso proporciona vale mais que a visibilidade de títulos conquistados e números de atletas revelados. 
Devemos assim compreender que os treinadores de crianças não são tecnocratas, que visam apenas  prepará-los esportivamente para etapas futuras de treinamento. São educadores que por meio do ensino do esporte criam oportunidades para as crianças terem autonomia em suas vidas, praticarem educação e desenvolverem um aprendizado sócio-moral, gostarem mais dos colegas do que de estatísticas, preparação física e treinamentos  técnico e tático.
                Desde já agradeço ao antigo prefeito Odair Silis, ao atual Francisco Soares (PI), a Secretaria de Educação Antonia Chiari, o Presidente de Esportes Valmir (Kil), o Diretor de Esportes Mauricio (Péle), que proporcionaram um ambiente de apoio e estrutura adequada para realização desse projeto.

Denilson mazoni
Professor treinador de esportes em Monte Castelo
Especialista em Futsal – Unopar (PR)